Acredito piamente na lição de Cristo na análise da questão. A violência apenas gera violência, seja pela natureza humana ou pela pressão social. Enfim, talvez esse seja o sentido de "dar a outra face" ou "amar o seu inimigo". A gente carece é de dar sentido ao amor. Acreditamos (parece) que só há o amor entre homem e mulher, esse, muito confundido com o mero desejo carnal.
Aprendi no seio da minha família que a palavra Amor é muito mais que isso. Representa antes de tudo aceitar, compreender e tolerar. Viver com as diferenças não precisa ser um choque, pode ser uma soma de conceitos, posições e posturas diferentes que levem ao bem comum.
Imagine só se pudéssemos ter um Estado ressocializador (ou socializador mesmo!) onde o crime não fosse punido com outro crime de intensidade supostamente igual. Assim vejo a pena. É uma vingança da sociedade contra os transgressores. É muito fácil perceber que isso não funciona, que bandido algum se conserta com porrada, cadeia, sofrimento e violência (respaldada por todos nós!), basta perguntar quantos deles deixaram o crime por medo de sofrer nova violência do Estado.
Sempre "perco" essa discussão no ponto em que questionam-me o que fazer. Sempre me perguntam: "sim, e vai deixar o cara solto é? e se fosse sua irmã...blá blá blá"
Sei lá qual o remédio, só sei que o tratamento atual só faz matar o paciente cada vez mais. Talvez seja preciso Deus em pessoa nos ensinar novamente.
A única postura que vejo é começar a mudança em mim. Se eu acredito de verdade na não-violência devo em toda oportunidade que tiver (como essa) de pregá-la, esperando que a mensagem se espalhe.
Cientificamente falando, não vejo uma fórmula que resolva a violência, ela faz parte da natureza humana e foi constituída pela necessidade de defesa. Acontece que quanto mais evoluímos o cérebro, deixamos de necessitar dos músculos para nos defender. Acredito que a violência deva ser controlada pela razão. As emoções todas precisam ter esse limite para que não excedamos a taça e transborde o vinho da vida, escorrendo pelas nossas mãos a parcela de deidade adquirida ou presenteada.